domingo, 27 de fevereiro de 2011

IDADE MEDIA - INTRODUÇÃO

A IDADE MÉDIA - INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Caros alunos da sexta série do Colégio Anchieta. Como já vimos, o Império romano do Ocidente fragmentou-se totalmente. A unidade havia sido quebrada devido aos problemas internos (crise do escravismo), o que enfraqueceu o Império. Isso deixou os romano vulneráveis às invasões bárbaras. No ano de 476, caiu o último imperador romano. Essa data marca o fim da Idade Antiga e o início d Idade Média. Agora,por que esse período foi diferente dos demais?
Para começo de conversa, a Idade Média não se refere apenas a um período, mas a um lugar: a Europa ocidental. Foi lá que se desenvolveu uma visão de mundo, um modo de agir e de se organizar. Isto é, uma cultura que chamamos de medieval.
Também foi lá que surgiu uma forma de organização econômica e política denominada de feudalismo.

2. O FEUDALISMO
Gurizada, vocês lembram que discutimos que as camada pobres ficaram muito mal com a crise do Império Romano? Elas foram abandonando as cidades inseguras, já que os roubos e pilhagens tornavam-se cada vez mais constantes. Buscando alguma espécie de ajuda nas propriedades rurais dos patrícios, uma massa de desempregados colocou-se à disposição dos ricos donos de terras. Assim, o que era um vasto território dominado por um imperador ficou como uma imensa colcha de retalhos formada por vários reinos. Esses reinos medievais surgiram da mistura da sociedade romana com os povos bárbaros.
Só que, dentre de cada um desses vários reinos, o poder estava mesmo dentro de cada um dos milhares de feudos espalhados pela Europa ocidental. Mas o que era um feudo?
Era aquela propriedades rurais dos romanos ricos, que passaram a se fortificarem cada vez mais, afinal as guerras, saques e roubos eram comuns na época. Daí surgiram os castelos .

3. OS CASTELOS MEDIEVAIS
Durante a Idade Média, a Europa foi palco da construção de milhares de castelos. Nesta época da história, as guerras eram muito comuns. Logo, os senhores feudais, reis e outros nobres preocupavam-se com a proteção de sua residência, bens e familiares. Durante os primeiros séculos da Idade Média (até o século XI, aproximadamente), os castelos eram erguidos de madeira retirada das florestas da região. Seu interior era rústico e não possuía luxo e conforto.
A partir do século XI, a arquitetura de construção de castelos mudou completamente. Eles passaram a ser construído de blocos de pedra. Tornaram-se, portanto, muito mais resistentes. Estes castelos medievais eram erguidos em regiões altas, pois assim ficava mais fácil visualizar a chegada dos inimigos. Um castelo demorava, em média, de dois a sete anos para ser construído.
Em volta do castelo medieval, geralmente, era aberto um fosso preenchido com água. Esta estratégia era importante para dificultar a penetração dos inimigos durante uma batalha. Os castelos eram cercados por muralhas e possuíam torres, onde ficavam posicionados arqueiros e outros tipos de guerreiros. O calabouço era outra área importante, pois nele os reis e senhores feudais mantinham presos os bandidos, marginais ou inimigos capturados.
Como o castelo medieval era construído com a intenção principal de proteção durante uma guerra, outros elementos eram pensados e elaborados para estes momentos. Muitos possuíam passagens subterrâneas para que, num momento de invasão, seus moradores pudessem fugir.
O castelo era o refúgio dos habitantes do feudo, inclusive os camponeses (servos). No momento da invasão inimiga, todos corriam para buscar abrigo dentro das muralhas do castelo. A ponte levadiça, feita de madeira maciça e ferro, era o único acesso ao castelo e, após todos entrarem, era erguida para impedir a penetração inimiga.
Por dentro, o castelo medieval era frio e rústico, ao contrário do luxo mostrado em muitos filmes sobre a Idade Média. Os cômodos eram enormes e em grande quantidade. O esgoto produzido no castelo era, geralmente, jogado no fosso.
Grande parte destes castelos medievais ainda existem na Europa, porém foram transformados em hotéis, museus ou pontos turísticos. Em cidades do interior da França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Inglaterra podemos encontrar vários exemplos destes interessantes tipos de construção antiga.

4. A ORIGEM DOS FEUDOS
Com a presença dos povos germânicos no território romano, novas mudanças foram introduzidas nas relações econômicas. Para premiar seus guerreiros muitos chefes germânicos doavam terras a eles. Essas doações passaram a se chamar feudos.

5. A SOCIEDADE FEUDAL
Ser ou não ser um dono de terras passou a ser um sinônimo de poder na Idade Média. A hierarquia social foi denominada de sociedade de ordens ou estamental, isto é, composta de estamentos (onde passar de um grupos social para outro era extremamente difícil). Normalmente, o indivíduo nascia e morria na mesma camada social: era senhor ou servo até o fim de seus dias. Porém, o que era um senhor feudal? Um servo? Vamos ver, gurizada.
Nobreza feudal - eram os senhores feudais, donos de feudos, onde eles total poder sobre os moradores de sua propriedade. Alguns nobres eram cavaleiros, condes, duques, viscondes,... Os senhores definiam as regras de seu feudo de acordo com os costumes locais e julgavam tudo o que acontecia neles.
Clero - eram filhos e filhas dos nobres, ocupando os cargos de padres, freiras, bispos, arcebispos,...). Também tinham feudos, possuindo a maior parte das terras na Europa ocidental. Portanto, os membros do clero também eram senhores feudais.
Vilões - vilão era, na Idade Média, pessoa não pertencente a nobreza. A palavra se refere ao habitante de uma vila, derivando-se do latim (villanus).
O vilão era um descendente de camponeses livres, que, assim, poderia deixar o feudo se o quisesse, podendo, inclusive, trabalhar para diferentes senhores feudais ao longo de sua existência. Porém, tinham que pagar as mesmas prestações e serviços dos servos.
Servos - era a camada produtiva e dominada, os antigos colonos, que passaram a ser chamados de servos. Estes tinham que obedecer a seus senhores, obrigados a pagar vários tributos e a cumprir várias tarefas em troca da permissão para trabalhar na terra e dela tirar seu sustento, além de oferecer e receber proteção militar. Não eram escravos, mas estavam presos à terra para sempre.








6. A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DE UM FEUDO

As terras de um feudo eram divididas em:
* manso senhorial - nessa parte, ficava o castelo com terras de uso exclusivo do senhor;
* manso servil - eram os vários lotes (as tenências) emprestados aos servos e
* manso comunal - composto pelos bosques e pastos usados tanto pelos senhores como pelos servos.
Como deves ter percebido, a economia no mundo feudal era baseada nas atividades agrícolas praticadas pelos servos. Praticava-se a rotação de culturas, isto é, algumas partes das terras ficavam sem plantio durante um tempo. Depois, plantava-se nessas terras, enquanto outras porções de terra ficavam descansando. O uso de moinhos, enxadas, arados, canga para os bois e peitoral para os cavalos impulsionaram a agricultura.



7. A DIFÍCL VIDA DE UM SERVO
Quando um servo passava a viver nas terras de um senhor feudal, todos os seus descendentes ficavam obrigados a permanecer na mesma propriedade e trabalhar para os descendentes desse senhor. Por mais explorados que fossem, os servos não podiam sair dos feudos onde viviam.

As principais obrigações dos servos consistiam em:
 corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana;
 talha: parte da produção do servo que deveria ser entregue ao nobre
 banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes;
 capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
 dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local;
 censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;
 taxa de justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre;
 formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento. Era também válida para quando um parente do nobre iria casar;
 mão morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai ou da família.
 albermagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal.
Apesar de tudo isso, a exploração dos servos pelos nobres esbarrava numa forte resistência de muitos deles, que não recolhiam os tributos devidos, incendiavam as colheitas, fugiam para as florestas ou uniam-se a bandos de foras da lei. Revoltas camponesas, mesmo duramente reprimidas, não foram raras e caracterizavam as relações de conflito entre a nobreza e os servos durante a época feudal.

8. CURIOSIDADES
A média de vida, mesmo nas classes nobres, era de apenas 44 anos!
As construções das casas eram rudimentares: feitos de madeira ou pedra bem desconfortáveis. Os pisos eram de terra batida ou palha!!
A alimentação era composta por carne, peixe, queijo, pêra e maçã, couve, nabo, cenoura, cebola, feijão e ervilha.O café e o açúcar eram tão caros que poucos podiam comprar. As pessoas bebiam muito e comiam com as mãos, de forma rude. As mulheres eram tratadas de forma rude, com desprezo e brutalidade. Os homens eram quem dominavam tudo.
Os servos trabalhavam cedo ao nascer do dia até o sol se por. Eles viviam em extrema pobreza em uma cabana miserável, com um buraco no teto para a saída da fumaça, onde o chão era batido. Como se alimentavam mal, eram sujeitos a várias pandemias. Eles não liam nem escreviam, eram chamados de velhacos, estúpidos e feios.A guerra, na Idade Média, era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.
“A SOCIEDADE está dividida em três ordens. Além da eclesiástica, a lei reconhece outras duas condições: a do nobre e a do servo que não são regidas pela mesma lei. Os nobres são os guerreiros, os protetores das igrejas, defendem a todo o povo e ao mesmo tempo se protegem a eles mesmos. A outra classe é a dos servos. Essa classe de desgraçados não possui nada sem sofrimento; fornece provisões e roupas a todos pois os homens livres não podem valer-se sem eles.
Assim, pois, a cidade de Deus que é tomada como una, na verdade é tripla. Alguns rezam, outros lutam e outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não podem ser separadas.”
ADALBERON, “Carmen ad Rotbertum regem francorum”, citado por PINSKY, J., op. cit. p.71.


FONTES

VICENTINO, Cláudio. Projeto Radix: História. 7º ano. São Paulo: Scipione, 2009.
CARDOSO, Oldimar Pontes. Tudo é História. Vol. 2. São Paulo: Ática, 2009.
http://www.suapesquisa.com
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia011.asp
http://www.portalimpacto.com.br/docs/Aula15MarquesVest.pdf
http://josmaelbardourblogspotcom.blogspot.com/2010/10/divisoes-da-historia-do-homem.html
http://cidadeselugares.blogspot.com/2009_10_01_archive.html
http://www.blitz.no/images2/jacquerie.jpg
http://caps-lock-he.blogspot.com/2007/10/tirinhas-de-todos-os-gostos.html
Adaptação: Paulo Jardim